Empatia, compaixão e autocuidado movem “Amor pelas coisas imperfeitas”, novo livro do monge Haemin Sunim | Sextante
Empatia, compaixão e autocuidado movem “Amor pelas coisas imperfeitas”, novo livro do monge  Haemin Sunim
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Empatia, compaixão e autocuidado movem “Amor pelas coisas imperfeitas”, novo livro do monge Haemin Sunim

“Porque a vida é preciosa demais para ser desperdiçada ridicularizando e odiando o que não nos agrada, o que não entendemos”, escreve o monge zen-budista Haemin Sunin. A frase é o motor do seu mais novo livro, “Amor pelas coisas imperfeitas”, um elogio à empatia, à compaixão e à aceitação de si. Esses valores acompanham […]

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“Porque a vida é preciosa demais para ser desperdiçada ridicularizando e odiando o que não nos agrada, o que não entendemos”, escreve o monge zen-budista Haemin Sunin.

A frase é o motor do seu mais novo livro, “Amor pelas coisas imperfeitas”, um elogio à empatia, à compaixão e à aceitação de si. Esses valores acompanham a leitura de ponta a ponta – ou de palavra a palavra -, abarcando os oito capítulos nos quais ele aborda a natureza das relações. A costura dá espaço também para ilustrações, citações de outros autores e pequenas reflexões poéticas.

O princípio dessa conversa é você: como você se sente, se enxerga e se percebe no mundo. Sunin lembra que, muitas vezes, agimos de acordo com a vontade dos outros e o resultado é o achatamento dos nossos desejos. É importante não confundir essa ideia como uma via torta para alimentar o ego. Há algo anterior e mais precioso nesse pensamento, segundo o monge, que é a consciência de que nossos sentimentos são importantes. “Antes de concordar com o que os outros querem fazer, por favor escute a voz aí dizendo o que você quer de verdade”, ensina ele. Encare isso como uma responsabilidade.

Parte do mundo social hoje se debate diante de um ideal de perfeição. Certamente é uma miragem amplificada por redes sociais de toda a sorte que, juntas, modelam uma vida filtrada e eventualmente desconectada da realidade. A ideia de ser bem-sucedido a qualquer custo persegue vidas inteiras e ajuda a criar uma geração de descontentes e ansiosos crônicos, críticos impiedosos de si. É também a eles que Sunin dirige suas palavras. 

“Se você está triste, tudo bem admitir que está. Se tem uma dor que o deixa perdido, tudo bem falar sobre ela. A razão por que você tem dificuldades é o fato de ser incapaz de aceitar as coisas que não podem ser mudadas. Deixe que sejam como são e veja o que acontece”, frisa.

O monge também é personagem importante da sua narrativa. Muitos capítulos são construídos a partir de suas vivências, como o dedicado à família, no qual recorda a sensação de descobrir que a mãe estava doente e havia omitido a informação para não preocupá-lo. “Embora, felizmente,  sua doença fosse tratável, fiquei com ela o mês inteiro. Pensar que acabei negligenciando meus próprios pais  enquanto me ocupava tentando ajudar desconhecidos fez meu coração arder de vergonha”, admite o monge e professor, acostumado a oferecer camadas de proteção às pessoas. Em outro momento, ele lembra dos primeiros fracassos e da sensação de que sempre deveria provar seu valor, algo latente em sua juventude.

Em “Amor pelas coisas imperfeitas”, Sunin chama atenção para gestos e atitudes capazes de tornar a vida do outro melhor. Ouvir, por exemplo. De certa forma, o capítulo sobre o tema sintetiza o pensamento compartilhado nas páginas anteriores. Para o monge sul-coreano, o processo de cura começa quando abrimos o coração e ouvimos com empatia. “Somos capazes de ajudar as pessoas não porque conhecemos a solução para os problemas delas, mas porque nos importamos o suficiente para ficar e lhes emprestar nossos ouvidos”, ressalta.

Outras lições de “Amor pelas coisas imperfeitas”

– “Não pense que você só merece ser amado quando é bem-sucedido naquilo que o mundo exige. Você já é digno de amor”.

– “Quando as ondas de uma situação difícil se aproximarem, não tome nenhuma atitude desesperada. Em vez disso, vá para um lugar tranquilo e se demore no silêncio dentro de você. Quando a sua mente toca seu silêncio profundo, você se dá conta de que tem força e sabedoria interior suficientes para seguir em frente”.

– “Frustração e fracasso são parte da vida. Se, em vez de fugirmos deles, passarmos a aceitá-los com tranquilidade, começaremos a saber o que precisamos fazer em seguida”.

– “A sua vida é difícil não porque o passado esteja segurando você, mas porque você fica pensando sobre o passado e permanece nele. Em vez de tentar negociar com o que passou, deixe-o em paz, para que ele possa fluir como um rio. O seu verdadeiro eu não é o rio de memórias, mas aquele que fica à margem do rio, silenciosamente observando seu fluxo”.

– “Não nos tornamos sábios pensando mais. Quando nossa mente relaxa e se abre, de repente temos uma nova ideia brilhante. Confie na sabedoria que existe no silêncio e descanse um pouco  sua mente ativa”.

Este post foi escrito por:

Filipe Isensee

Filipe é jornalista, especialista em jornalismo cultural e mestrando do curso de Cinema e Audiovisual da UFF. Nasceu em Salvador, foi criado em Belo Horizonte e há oito anos mora no Rio de Janeiro, onde passou pelas redações dos jornais Extra e O Globo. Gosta de escrever: roteiros, dramaturgias, outras prosas e alguns poucos versos estão em seu radar.

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