A alma indomável | Sextante
Livro

A alma indomável

Michael A. Singer

Como se libertar dos pensamentos, emoções e energias que bloqueiam a consciência

Como se libertar dos pensamentos, emoções e energias que bloqueiam a consciência

Mais de um milhão de exemplares vendidos.

Ao lado de clássicos como O poder do agora e As sete leis espirituais do sucesso, A alma indomável se tornou um dos mais influentes e celebrados livros sobre espiritualidade, psicologia e meditação.

 

O que é essa voz que fala sem parar dentro da minha cabeça? Como manter a serenidade diante do falatório mental que julga, critica e decide por mim? Como viver sem ser comandado por essa voz que não consigo controlar?

Usando o conhecimento das antigas tradições espirituais do Oriente e do Ocidente, Michael A. Singer mostra como se libertar da tirania da mente e abandonar pensamentos, crenças e emoções que nos sabotam a felicidade e a autorrealização.

Com ideias claras e acessíveis, A alma indomável apresenta ensinamentos e práticas para você estabelecer uma conexão profunda consigo mesmo, compreender seu papel no mundo e a assumir a responsabilidade por suas escolhas.

O resultado é um estado de presença e de consciência elevado, em que cada momento é vivido com mais energia, intenção e alegria. Sua tranquilidade não dependerá mais das circunstâncias externas nem da voz na sua cabeça.

E, assim, você deixará de estar à mercê de seus pensamentos e irá alcançar a mais profunda das liberdades: a liberdade da alma.

 

Lançado originalmente no Brasil como Alma livre.

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Ficha técnica
Lançamento 02/07/2018
Título original THE UNTETHERED SOUL
Tradução BEATRIZ MEDINA
Formato 14 x 21 cm
Número de páginas 208
Peso 220 g
Acabamento BROCHURA
ISBN 978-85-431-0619-9
EAN 9788543106199
Preço R$ 49,90
Ficha técnica e-book
eISBN 9788543106205
Preço R$ 29,99
Ficha técnica audiolivro
ISBN 9786555644180
Duração 07h 41min
Locutor Sidney Ferreira
Lançamento 02/07/2018
Título original THE UNTETHERED SOUL
Tradução BEATRIZ MEDINA
Formato 14 x 21 cm
Número de páginas 208
Peso 220 g
Acabamento BROCHURA
ISBN 978-85-431-0619-9
EAN 9788543106199
Preço R$ 49,90

E-book

eISBN 9788543106205
Preço R$ 29,99

Audiolivro

ISBN 9786555644180
Duração 07h 41min
Locutor Sidney Ferreira
Preço US$ 7,99

Leia um trecho do livro

Introdução

“Mas, acima de tudo: seja fiel a si mesmo; segue-se disso, como o dia à noite, que não poderá então ser falso com homem algum.” – William Shakespeare

As consagradas palavras de Shakespeare, ditas por Polônio a seu filho Laerte no primeiro ato de Hamlet, são muito claras. Elas nos dizem que, para manter relações sinceras com os outros, primeiro temos que ser fiéis a nós mesmos. No entanto, se fosse totalmente sincero consigo mesmo, Laerte perceberia que o pai poderia muito bem tê-lo mandado agarrar o vento. Afinal de contas, a qual “eu” devemos ser fiéis? Àquele que se revela quando estamos de mau humor ou ao que surge quando aprendemos com nossos erros? Àquele que fala dos recantos sombrios do coração quando estamos aborrecidos ou ao que aparece naqueles raros momentos em que a vida parece leve e fantástica?

A partir dessas perguntas, vemos que o conceito de “eu” pode ser um pouco mais complexo do que se presume. Se Laerte tivesse recorrido à psicologia tradicional, ela poderia ter lançado alguma luz sobre o assunto. Em 1927, Freud, o pai da psicologia, dividiu a psique em três partes: o id, o ego e o superego. Ele via o id como nossa natureza animal, primitiva; o superego como o sistema de julgamento que a sociedade instilou em nós; e o ego como nosso representante no mundo exterior que se esforça para manter em equilíbrio essas duas forças poderosas. Mas certamente isso não ajudaria o jovem Laerte. Afinal, a qual dessas forças conflitantes devemos ser fiéis?

Mais uma vez, vemos que as coisas nem sempre são tão simples quanto parecem. Se ousarmos olhar a palavra “eu” além da superfície, surgem algumas perguntas que muita gente preferiria não fazer: “Todos os vários aspectos do meu ser fazem igualmente parte do meu ‘eu’ ou apenas um deles corresponde ao que entendo por ‘eu’ – e, nesse caso, qual, onde, como e por quê?”

Nos capítulos a seguir, vamos percorrer uma jornada de exploração do “eu”. Mas não o faremos da maneira tradicional. Não vamos recorrer a especialistas em psicologia nem aos grandes filósofos. Não discutiremos as mais antigas visões religiosas nem escolheremos uma entre elas. Tampouco vamos nos basear em pesquisas estatísticas de opinião popular. Em vez disso, recorreremos a uma única fonte que tem conhecimento direto sobre o assunto, ao único especialista que, a cada momento de todos os dias da vida, vem recolhendo os dados necessários para finalmente pôr fim a essa grande indagação. Esse especialista é você.

Mas, antes que você fique empolgado demais ou suponha que não está à altura da tarefa, é preciso deixar claro que não estamos atrás das suas visões ou opiniões sobre o assunto. Tampouco estamos interessados em quais livros leu, nos cursos que fez ou nos congressos a que compareceu. Só estamos interessados na sua experiência intuitiva de como é ser você. Não estamos em busca do seu conhecimento, mas da sua experiência direta. Você não tem como fracassar nessa tarefa, pois seu “eu” é o que você é em todos os momentos e em todos os lugares. É preciso simplesmente compreendê-lo. Afinal de contas, pode ficar bem confuso aí dentro.

Os capítulos deste livro não passam de espelhos para você ver seu “eu” de ângulos diferentes. E, embora a jornada em que estamos prestes a embarcar seja interior, ela levará em conta todos os aspectos da sua vida. A única exigência é que você esteja disposto a se olhar com franqueza, da maneira mais natural e intuitiva possível. Lembre-se: ao buscar a raiz do “eu”, na verdade estamos buscando você.

Ao ler estas páginas, você vai descobrir que sabe muito mais do que imagina sobre alguns temas muito profundos. O fato é que você já sabe como se encontrar – só acabou se distraindo e ficando desorientado. Quando retomar o foco, você perceberá que, além da capacidade de achar a si mesmo, também tem o poder de se libertar. Essa escolha cabe inteiramente a você. Ao fim da sua jornada por estes capítulos, não haverá mais confusão, sensação de impotência nem a possibilidade de colocar a culpa nos outros. Você saberá exatamente o que deve ser feito. E, caso escolha se dedicar à jornada contínua de realização pessoal, você vai desenvolver um imenso respeito por quem realmente é. Só então passará a apreciar o significado do conselho de Polônio em toda a sua profundidade: “Mas, acima de tudo: seja fiel a si mesmo.”

PARTE I

O despertar da consciência

CAPÍTULO 1

A voz dentro da sua cabeça

“Droga! Não consigo lembrar o nome dela. Qual era mesmo? Caramba, ela está vindo. É… Sônia? Sílvia? Ela me disse ontem. Qual é o meu problema? Vou passar a maior vergonha.”

Caso ainda não tenha notado, há um diálogo mental incessante dentro da sua cabeça. Ele simplesmente não para. Já se perguntou por que isso acontece aí dentro? Quem decide o que dizer e quando? Quanto do que é dito se revela verdadeiro? Quanto é ao menos importante? E, se agora mesmo você estiver ouvindo “Não sei do que você está falando. Não tenho voz nenhuma dentro da cabeça!”, essa é a voz de que estamos falando!

Se você for inteligente, vai dedicar algum tempo a dar um passo atrás, examinar essa voz e conhecê-la melhor. O problema é que você está perto demais para olhar com objetividade. É preciso recuar bastante e observá-la falar. Você ouve essas conversas internas o tempo todo. Quando está dirigindo,
por exemplo:

“Eu não tinha que ter ligado para o Fred? É, tinha. Meu Deus, não acredito que esqueci! Ele vai ficar morrendo de raiva. Nunca mais vai falar comigo. Será que eu devo parar para ligar para ele agora? Não. Não quero parar o carro agora…”

Observe que a voz faz os dois lados da conversa. Ela não se importa com isso, contanto que continue falando. Quando você está cansado, tentando dormir, é a voz dentro da sua cabeça que diz:

“O que estou fazendo? Não posso dormir agora. Esqueci de ligar para o Fred. Lembrei no carro, mas não liguei. Se não ligar agora… Ah, mas está muito tarde. Não dá para ligar agora. Nem sei por que pensei nisso. Preciso pegar no sono. Ah, droga, agora não consigo dormir. Perdi o sono. Mas tenho um dia cheio amanhã e preciso acordar cedo.”

Não admira que não consiga pegar no sono! Como você tolera essa voz falando o tempo todo? Mesmo quando está dizendo algo agradável e reconfortante, ela ainda perturba tudo que você faz.

Ao passar algum tempo observando essa voz mental, a primeira coisa que você vai notar é que ela nunca se cala. Quando deixada por conta própria, ela só fala e fala. Imagine alguém andando de um lado para outro e falando sozinho. Você acharia isso estranho e se perguntaria: “Se é ele quem está falando e quem está escutando, é óbvio que ele sabe o que vai ser dito antes de dizer. Então para que fazer isso?” O mesmo vale para a voz dentro da sua cabeça. Por que ela está falando? É você quem fala e é você quem escuta. E quando essa voz discute? Com quem está discutindo? Quem poderia ganhar a discussão? Isso é de fato muito confuso. Escute:

“Acho que eu deveria me casar. Não! Você sabe que não está pronta. Vai se arrepender. Mas sou apaixonada por ele. Ah, vamos lá, você também era louca pelo Tom. E se tivesse se casado com ele?”

Se observar com atenção, você vai ver que a voz está apenas tentando encontrar um lugar confortável para sossegar. Ela trocará de lado num instante, se isso parecer ajudar. E não se cala mesmo quando descobre que está enganada. A voz simplesmente ajusta o próprio ponto de vista e segue falando. Se prestar atenção, esses padrões mentais se tornarão óbvios para você. É chocante perceber que a mente fala o tempo todo. Você pode até querer gritar com ela, na vã tentativa de calá-la. Mas aí vai perceber que isso é só a voz gritando com a voz:

“Cale a boca! Eu quero dormir. Por que você precisa falar o tempo todo?”

É óbvio que não dá para fazê-la se calar desse jeito. A melhor maneira de se libertar desse blá-blá-blá incessante é recuar e olhá-lo de forma objetiva. Apenas encare essa voz como um mecanismo de vocalização capaz de lhe dar a impressão de que há alguém aí dentro falando com você. Não pense nisso; apenas observe-a. Não importa o que ela diga, dá no mesmo. Não importa se diz coisas agradáveis ou maldosas, mundanas ou espirituais. Não importa porque, ainda assim, não passa de uma voz falando dentro da sua cabeça. Na verdade, a única maneira de se distanciar dela é parar de fazer distinção entre as coisas que ela diz. Pare de sentir que parte do que ela diz é você e parte não é. Se a está ouvindo falar, é óbvio que ela não é você. Você é quem escuta a voz. Você é quem percebe que ela está falando.

Você a escuta quando ela fala, não é? Faça com que ela diga “olá” agora mesmo. Repita isso algumas vezes. Agora grite “olá” aí dentro! Consegue se ouvir dizendo “olá”? É claro que sim. Há uma voz falando e há você – que percebe a voz falando. O problema é que é fácil percebê-la dizer “olá”. Difícil é ver que não importa o que ela diga: tudo isso não passa de uma voz falando e você escutando. Não há absolutamente nada que ela possa dizer que seja mais você do que o resto. Suponha que você esteja olhando três objetos – um vaso de flores, uma fotografia e um livro – e lhe perguntem: “Qual desses objetos é você?” A sua resposta seria: “Nenhum deles! Eu sou aquele que olha o que colocam à minha frente. Não importa o que ponham diante de mim, sempre serei eu quem está olhando as coisas.” Entende? Trata-se de um sujeito percebendo objetos variados. Isso também vale para a voz dentro da sua cabeça. Não faz a menor diferença o que ela diz; você é quem tem consciência dela. Quando pensa que uma coisa que ela diz é você, mas a outra não, você perdeu a objetividade. Talvez seja tentador achar que a parte que diz as coisas boas é você, mas, ainda assim, é apenas a voz falando. Você pode gostar do que ela diz, mas ela não é você.

Não há nada mais importante para o verdadeiro crescimento do que compreender que você não é a voz da mente; você é quem a ouve. A menos que você entenda isso, continuará tentando descobrir, entre as muitas coisas que essa voz diz, qual delas é realmente você. As pessoas passam por inúmeras mudanças tentando “se encontrar”. Elas querem descobrir qual dessas vozes, qual desses aspectos de sua personalidade é quem realmente são. A resposta é simples: nenhum deles.

Se você observá-la objetivamente, verá que boa parte do que a voz diz não significa nada. A maior parte do falatório é apenas um desperdício de tempo e energia. A verdade é que a maior parte da vida vai se desenrolar obedecendo a forças que estão muito além do seu controle, a despeito do que a sua mente lhe diga. É como se sentar à noite para decidir se você quer ou não que o sol nasça pela manhã. Mas o sol nascerá de qualquer jeito. Bilhões de coisas estão ocorrendo neste mundo. Você pode pensar quanto quiser e, ainda assim, a vida continuará acontecendo.

Na verdade, seus pensamentos têm muito menos impacto no mundo do que você gostaria. Quando estiver disposto a ser objetivo e observar os seus pensamentos, você vai ver que a imensa maioria deles não tem a menor relevância. Eles não têm efeito sobre nada nem ninguém – apenas sobre você. Simplesmente fazem com que se sinta melhor ou pior diante do que está acontecendo agora, do que houve no passado ou do que pode ocorrer no futuro. É um desperdício de tempo ficar torcendo para não chover amanhã. Seus pensamentos não mudam a chuva. Algum dia você verá que essa conversa interior incessante não serve para nada e que não há razão para tentar entender tudo o tempo todo. Mais cedo ou mais tarde, vai ver que a verdadeira causa dos problemas não é a vida em si, mas a comoção que a mente cria diante dos fatos da vida.

Porém tudo isso levanta uma questão séria: se a maior parte do que a voz diz é sem sentido e desnecessário, então por que ela existe? O segredo para responder a essa pergunta está em compreender por que ela diz o que diz quando diz alguma coisa. Por exemplo, em algumas ocasiões a voz mental fala pela mesma razão que uma chaleira assovia: ou seja, há um acúmulo de energia que precisa ser liberado. Se observar bem, você verá que, quando há um acúmulo interior de nervosismo, medo ou desejo, a voz fica extremamente ativa. Isso é fácil de perceber quando você está zangado com alguém e tem vontade de repreender essa pessoa. Basta notar quantas vezes a voz interior já brigou com ela antes mesmo que você a encontrasse. Quando há um acúmulo de energia, você tem vontade de fazer algo para resolver isso. Então a voz fala porque você não está bem – e falar libera energia.

No entanto, você também vai notar que, mesmo quando não está muito incomodado com alguma coisa, ela continua falando. Ao andar pela rua, ela lhe diz coisas como:

“Olhe aquele cachorro! É um labrador! Ih, tem outro cachorro naquele carro. Lembra muito o meu primeiro cachorro. Uau, que carro antigo! Acho que nunca vi esse modelo circulando por aqui!”

Na verdade, ela está narrando o mundo para você. Mas por que você precisa disso? Você já vê o que está acontecendo no lado de fora; de que adianta repetir tudo para si mesmo com a voz da mente? É preciso examinar isso com muita atenção. Com uma simples olhada, você instantaneamente assimila a imensidade de detalhes de tudo o que está olhando. Ao ver uma árvore, sem esforço dá para ver os galhos, as folhas e os botões de flor. Por que então verbalizar o que você já viu?

“Olhe aquele ipê-branco! As folhas verdes ficam tão bonitas ao lado das flores brancas. Veja quantas flores! Uau, está todo florido!”

Ao observá-la cuidadosamente, é possível entender que essa narração o deixa mais à vontade com o mundo à sua volta. É como estar no banco de trás dando instruções ao motorista – a situação parece estar mais sob seu o controle. Você sente que tem alguma relação com as coisas. A árvore não é mais só uma árvore do mundo que não tem nada a ver com você; é uma árvore que você viu, rotulou e avaliou. Quando a descreve mentalmente, você traz aquela primeira experiência direta do mundo para o domínio da mente, onde ela se integra aos outros pensamentos, como os que formam seu sistema de valores e suas experiências do passado.

Reserve um momento para examinar a diferença entre sua experiência do mundo exterior e suas interações com o mundo mental. Quando está apenas pensando, você é livre para criar os pensamentos que quiser – que, por sua vez, se exprimem pela voz interior. Você já se acostumou a se instalar no parquinho da mente para criar e manipular pensamentos. Esse mundo interior é um ambiente alternativo que está sob o seu controle. O mundo exterior, ao contrário, segue leis próprias. Quando a voz lhe narra o mundo, esses pensamentos ficam lado a lado, em paridade, com todos os outros. Todos eles se misturam e influenciam sua experiência do mundo. Na verdade, o que você acaba vivenciando é uma apresentação pessoal do mundo como você o vê, não a experiência pura e sem filtros da realidade como ela é. Essa manipulação mental da experiência exterior lhe permite amortecer os contornos do mundo. Por exemplo, você vê uma miríade de coisas a todo momento, mas só narra algumas. As que discute com a voz da mente são as que mais importam para você. Com essa forma sutil de pré-processamento, você consegue controlar a experiência da realidade para que tudo se encaixe na sua mente. Na verdade, a sua consciência lida com seu modelo mental da realidade, não com a realidade propriamente dita.

O tempo todo você faz coisas assim. Ao sair à rua no inverno, você começa a tremer e a voz diz: “Que frio!” Agora, em que isso o ajuda? Você já sabe que está frio, pois está sentindo frio.
Por que
a voz lhe diz isso? Você recria o mundo dentro da mente porque é capaz de controlá-la – ao contrário do mundo. É por isso que fala dele mentalmente. Como não pode fazer o mundo ser do jeito que gostaria, você o verbaliza internamente, o julga, se queixa dele e depois decide o que fazer. Assim se sente mais empoderado. Quando seu corpo sente frio na rua, talvez não haja nada a fazer. Mas, quando a mente verbaliza “Que frio!”, você pode dizer: “Estamos quase chegando em casa, faltam só mais alguns minutos.” Assim se sente melhor. No mundo do pensamento, sempre há algo a fazer para controlar a experiência.

Basicamente, você recria o mundo exterior dentro de si e depois passa a viver na própria mente. E se decidir não fazer isso? Se resolver parar de narrar e, em vez disso, só observar o mundo de maneira consciente, você vai se sentir mais aberto e exposto. Isso ocorre porque, na verdade, não dá para saber o que acontecerá em seguida, e sua mente está acostumada a ajudá-lo. Ela processa as experiências atuais de maneira que se encaixem em sua visão do passado e suas perspectivas para o futuro. Tudo isso ajuda a criar uma aparência de controle. Quando a sua mente não faz isso, você simplesmente se sente muito desconfortável. A realidade é real demais para a maioria das pessoas, por isso a moderamos com a mente.

A mente fala o tempo todo porque você lhe atribuiu uma tarefa e a usa como um mecanismo de proteção, uma forma de defesa. Em última análise, ela lhe traz segurança. Se é isso o que quer, você será forçado a usá-la constantemente para amortecer seu papel na vida em vez de vivê-la. O mundo está se desenrolando e, na verdade, tem pouquíssimo a ver com você e com seus pensamentos. Já estava aqui muito antes de você chegar e estará aqui até muito depois da sua partida. A pretexto de tentar manter o mundo em harmonia, você apenas tenta se manter em harmonia.

O verdadeiro crescimento pessoal vem quando transcendemos a parte de nós que não está bem e precisa de proteção. Fazemos isso constantemente ao relembrarmos que somos aquela presença dentro de nós que percebe o falatório mental. Essa é a saída. A presença interior que tem consciência de que estamos o tempo todo falando sozinhos sobre nós mesmos é sempre silenciosa. Ela é um portal para as profundezas do nosso ser. A consciência de que estamos observando a voz da mente falar é o limiar de uma fantástica viagem interior. Se for usada adequadamente, a mesma voz que é uma fonte de preocupação, distração e neurose pode se tornar a plataforma de lançamento para o verdadeiro despertar espiritual. Ao conhecer aquele que observa a voz interior, você vai conhecer um dos grandes mistérios da criação.

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Michael A. Singer

Sobre o autor

Michael A. Singer

MICHAEL A. SINGER é economista, empresário, escritor e mestre espiritual. Em 1971, enquanto fazia doutorado em Economia, vivenciou um profundo despertar interior que o levou a uma imersão nas práticas do yoga e da meditação. Fundou em 1975 o Templo do Universo, um reconhecido centro de yoga e meditação que acolhe pessoas de qualquer crença ou religião. Também é autor de A alma indomável, que esteve na lista dos mais vendidos do The New York Times e já vendeu mais de 1 milhão de exemplares em todo o mundo.

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